Sítio: Alto dos mouros

Época: Idade do Ferro/RomanizaçãoSéc. I aC-IV (?) dC

Enquadramento: Encosta íngreme que ladeia a Ribeira de Cavez, pelo lado Sul, e defronte do imponente monte de Moimenta, o qual se situa a Norte. Esporão que se destaca da encosta através de enrugamento ladeado por duas linhas de água que dele se iniciam. Todo o enquadramento é dominado pelas massas graníticas que afloram em grandes blocos, tendo sido estruturadas nesta paisagem algumas pequenas leiras agrícolas em socalcos, as quais alternam com o ambiente maioritariamente florestado.

Descrição: Pequeno esporão pouco destacado do monte, com o pequeno cabeço granítico separado da ligação da encosta por um fosso de perfil quadrangular, ao que poderá não ser estranho o aproveitamento deste espaço por uma leira agrícola. Do lado Norte deste cabeço estendem-se pequenos espaços mais ou menos aplanados, maioritariamente aproveitando o suporte proporcionado pelos afloramentos graníticos. Considerando as caracteristicas do terreno, a ausência de estruturas marcadamente defensivas, bem assim como de muros e construções, não se nos afigura tratar-se de um povoado, mas talvez de um casal agrícola ocupado por indígenas em época romana, se bem que estranhe a sua localização voltada a Norte. Neste local, não foram encontrados vestígios de estruturas. Supõe-se que possam existir vestígios de ocupação da Idade do Ferro no cabeço sobranceiro, situado a cerca de duzentos metros para sudeste, podendo ser este o local do castro de Moimenta, ou Cavez, algumas vezes referido. Suspeitamos ainda que poderá ter provindo das imediações.

Materiais associados: Abundantes fragmentos de tegula e imbrex, de pasta comparativamente bem depurada e de muito boa cozedura. Fragmentos de cerâmica doméstica de fabrico aparentado com o comum de época romana, sendo alguns fragmentos de formas de doliae. Ocorrem fragmentos com pastas algo micáceas e cores claras, sobre o beige, com fabrico indígena. Foi encontrado um fragmento de tegula com a sigla “P” gravada na pasta fresca.