A rudeza da paisagem é, ainda hoje, um dos aspectos mais marcantes das Terras de Basto; imagem que nem os séculos de humanização intensa e continuada conseguem atenuar.
O concelho de Cabeceiras de Basto situa-se numa das encostas da serra da Cabreira, na sua periferia sul voltada à bacia do rio Tâmega. É, portanto, uma orografia dominada pela montanha e pelos cabeços que se vão sucedendo, em anfiteatro, na direcção sul. Maioritariamente nesta direcção alinham, portanto as linhas de água que vão confluir ao rio Tâmega e ribeiros seus tributários, excepção feita às que descem das encostas da Senhora da Orada e se lançam no rio Peio. Não será estranha a esta configuração o ordenamento das freguesias do lado norte do concelho, que se alinham em estreitas faixas, numa partilha equitativa da montanha e do vale.
A geologia é dominada pelos granitos hercínicos, que se impõem na paisagem em grandes afloramentos superficiais, ostentando profundas marcas de erosão. Alternando com esta vasta mancha, temos dois alinhamentos de metassedimentos do Paleozóico presentes em outros tantos núcleos: o de Vila Nune vem afunilando na direcção noroeste no alinhamento do curso do rio Peio, enquanto que o outro, o de Gondiães, ladeia o curso do rio Beça. Todo este ambiente geológico é rico em volframite e cassiterite.
As terras baixas, já próximas do curso do Tâmega, apresentam alvéolos aluvionares, de depósitos areno-argilosos, responsáveis por algumas das veigas de notável potencial agrícola.
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