• Sítio: Conjunto arqueológico de Lameiras chãs
  • Época: Pré-história Recente
  • Localização:  freguesia: Cabeceiras de Basto (S. Nicolau);  lugar: Busteliberne; coordenadas: (mamoa 1)  41° 34' 06,4'' - 7° 59' 56,2''; (mamoa 2)  41° 34' 04,1''  - 7° 59' 55,8''; (mamoa 3)  41° 34' 03,7'' - 7° 59' 56,4''; (fossas) 41° 34' 06,4'' - 7° 59' 51,5''; (mamoa do Chambão)  41° 34' 09,9'' - 7° 59' 33,1''; carta SCE nº 58
  • Enquadramento: Pequena chã situada entre os cabeços designados por Outeiro Grande e Chambão, em ambiente granítico, com alguns afloramentos nas proximidades, e solo humoso de sedimentação e relativa estabilidade à erosão. Próximo da encruzilhada do estradão de Gondarém -Travassô, com um outro que segue para Abadim ou S. Nicolau.
  • Descrição: Trata-se de um conjunto interessante composto por um conjunto se sepulturas megalíticas, por evidência de fossas abertas no saibro e ainda alguns materiais cerâmicos dispersos que poderão indiciar uma ocupação espacialmente mais vasta do que agora antevemos.
  • Mamoa 1 de Lameiras Chãs - Mamoa de planta sub-circular, de notáveis dimensões e bem destacada na paisagem. Com diâmetro médio de 19 metros, apresentando no seu centro uma cratera de violação que se alonga para SE, o que poderia sugerir a existencia de um pequeno corredor neste alinhamento. Existem ainda dois esteios, em granito, tombados na periferia da cratera de violação, bem como evidência de couraça de pedras ao longo da calote.
  • Mamoa 2 de Lameiras Chãs - Situa-se a pouco menos de dez metros para nordeste da mamoa 1 deste núcleo. Mamoa com relativamente pequeno destaque em relação ao terreno, com cerca de 8,5 metros de diâmetro e pouco mais de meio metro de altura. No centro da calote nota-se uma cratera de violação, não sendo visíveis restos de esteios nem couraça de pedras. À data das visitas efectuadas, o centro da mamoa encontrava-se bastante obstruido por carquejas e urzes, o que dificultou a observação da câmara.
  • Mamoa 3 de Lameiras Chãs - Situa-se a algumas dezenas de metros para nor-nordeste das restantes duas mamoas deste núcleo, encontrando-se quase que cerceada pelo corte do caminho.
    Mamoa de planta sub-circular ligeiramente alongada na direcção NE/SW, com diâmetro médio de 13,5 metros, apresentando no seu centro uma cratera de violação pouco profunda. Nota-se um esteio na periferia da cratera de violação, bem como evidência de couraça de pedras. Tal como acontece com a mamoa nº1, este monumento apresenta um certo destaque na paisagem, apesar do coberta por giestas e urzes.
  • Fossas abertas no saibro. O relatório de escavação realizada em 1990 peloo SRAZN refere duas fossas situadas a 150 metros do núcleo megalítico de Lameiras Chãs, no corte de uma saibreira, com a seguinte descrição:
    Fossa 1— Grande fossa aberta no saibro, parcialmente destruída e localizada mais a Sul, no corte, a 760 metros de altitude.
    Fossa 2— A cerca de 9 metros da primeira, mais a Norte, no mesmo corte, mas num plano de encosta ligeiramente inferior.
    Entretanto, e porque a reparação do estradão que liga Travassô a S.Nicolau foi objecto de reparações e pavimentação, o local foi sistematicamente utilizado para extracção de saibro, o que pôs a descoberto evidência de um total de 5 fossas detectadas no talude da saibreira, tendo ainda sido detectados alguns pequenos fragmentos de cerâmica argilosa e com desengordurante pouco depurado, cozedura a baixas temperaturas e colorações escuras, características que lembram as produções do Bronze médio/final.
  • Mamoa do Chambão - Pequena mamoa de planta sub-circular, já bastante destruida, parecendo ter havido mais que um momento de violação da câmara. Apresenta cerca de 6 metros de diâmetro por 40 centímetros de altura, tendo uma couraça de pedras a reforçar toda a calote. A sua configuração geral conferem-lhe um aspecto que se aproxima das mamoas de tipo cistóide, atribuiveis já aos finais do megalitismo.
    A cerca de duas centenas de metros para norte, no arranque da encosta do monte, foram detectadas algumas cerâmicas consentâneas com os materiais provenientes das fossas de Lameiras Chãs, as quais poderão documentar os habitats correspondentes a este conjunto megalítico, ou pelo menos aos exemplares de menores dimensões.