Sítio: Castelo

Época: Idade do Ferro, Idade Média

Enquadramento: Esporão, voltado a Sul integrado no relêvo que desce em anfiteatro da serra da Cabreira, já na sua parte final, sobranceiro ao rio Peio, e dominando uma vasta paisagem. A orografia caracteriza-se por encostas de pendor acentuado, pela erosão das vastas linhas de água que as sulcam, e também abundantes afloramentos graníticos, alguns, de resto, bastante meteorizados, que não sobressaem muito na paisagem.

Descrição: Do lado Norte, na ligação do esporão, é visível um fosso profundo e bem delineado, contíguo a um talude exterior, quase rectilíneo, que bloqueia toda a ligação do esporão. Neste talude pode ver-se o arranque de duas muralhas que se vão afastando ligeiramente, criando dois anéis de defesa. A muralha interior, adaptando-se à configuração do monte, cria um recinto circular, ao qual se vai adossar um outro em ferradura, do seu lado Sul, em cotas algo mais baixas.
A muralha exterior segue quase paralela à primeira em todo o perímetro do sítio, a cotas um pouco mais baixas, criando um espaço que na maioria dos sítios não chegará aos 10 metros de largura. Foram detectados alguns remeximentos efectuados por curiosos, com abundantes vestígios de cerâmicas, sobretudo os vasos para recolha de resina, mas não foi visto nenhuma evidência de muros de construções de carácter habitacional. Fundamentam-se as suspeitas que este povoado fortificado da Idade do Ferro, foi reocupado durante a Idade Média, podendo mesmo ser o castelo ao qual deviam serviços os habitantes das paróquias vizinhas, a que se referem as Inquirições de 1258.

Materiais associados: Escória resultante de actividades metalúrgicas, abundantes fragmentos de tégula e imbrex, bem como cerâmicas cinzentas e alaranjadas, micáceas, de fabrico castrejo, e cerâmica comum romana. Foram encontrados alguns fragmentos de cerâmicas cinzentas, com pasta bem cozida e depurada, com fabrico característico das produções medievais do século XII/XIII.