Sítio: Casas Velhas

Época: Época moderna (?) ou possivelmente anterior

Enquadramento: Relêvos pronunciados, integrados no grande maciço que contraforta a Cabreira na direcção Leste, e vai ligar ao Alvão. Zona de falha geológica dominada por quartzofilitos e níveis de rocha vulcânica intercalados com quartzitos. O relêvo apresenta algum dramatismo, com vertentes muito íngremes, erodidas e entrecortadas por linhas de água que, por vezes, se despenham em cascatas, e vão engrossar a Ribeira de Gondiães. Toda a área das encostas se encontra densamente florestada.

Descrição: Zona de encosta estreita e alongada, quase que formando um pequeno esporão na sua parte superior, encaixada entre duas vertentes pronunciadas e delimitada por duas linhas de água que confluem na direcção da ribeira de Gondiães. Muros em pedra solta, sem aparelho, e de grandes dimensões, formando construções alinhadas com cerca de 10 x 8 metros de lado, vendo-se também algumas plantas circulares. Estranha a localização desta estrutura, em local tão inóspito e desprovido de potencial para quaisquer práticas agrícolas. Poderá, contudo, estar ligado a transumância e ser uma branda de alguma das povoações vizinhas, ou então estar ligada à exploração dos recursos mineiros do local. A cronologia deste local será dificil de avaliar enquanto não for estudado algum espólio. Contudo, o desvanecimento da memória dos habitantes locais sobre a ocupação deste local, sugere que ela não deverá ser posterior a inícios/meados do século XIX. Relatos de habitantes locais dizem que terá havido antigamente uma povoação neste local, anteriormente à formação de Gondiães, sendo do “tempo dos moiros”, sugerindo que esta povoação terá desaparecido devido ao dilúvio, segundo uns, e devido à peste ter dizimado os habitantes, segundo outros.

Materiais associados: Não foi encontrado qualquer espólio no local, apesar de informadores terem declarado que lá foram encontradas peças de louça doméstica e utensilagem em metal, mormente colheres e garfos em ferro.