Sítio: Sepulturas medievais da Mata da Santa

Época: Medieval (secs. XII-XIV ?) para as sepulturas, havendo ainda indícios de ocupação de época romana

Enquadramento: No lugar de Espinhaço, a cerca de 200 metros a Sudoeste da estrada municipal nº 524-1. Encosta com pendor voltado a Nascente, para onde confluem diversas linhas de água que alimentam a Ribeira de Regadinhas. Todo o enquadramento se apresenta estruturado em leiras de cultivo de dimensões apreciáveis, amparadas por muros de suporte, não se vendo outras quebras no tereno. Junto com os sistemas agrícolas coexistem manchas de bosque, com pinheiro e algum carvalho. Os vestígios situam-se sobre um afloramento granitico, junto a um tanque.

Descrição: Na periferia de leiras de cultivo, e numa quebra do terreno, encaixa-se um afloramento granítico pouco sobreelevado, mas amplo, o qual foi afeiçoado em algumas partes e nele escavadas 5 sepulturas, estando todas a suas cabeceiras voltadas sensivelmente a Poente, e portanto paralelas entre si, agrupadas em dois conjuntos separados 7-8 metros, com 2 e 3 sepulturas cada.
O conjunto localizado mais a Sudoeste, em plano mais elevado na rocha, é composto por duas sepulturas de dimensões idênticas, em formato de sarcófago de contornos ovalados, com o lado da cabeceira mais largo do que o dos pés.
O segundo conjunto apresenta um maior dimorfismo e também variabilidade de dimensões. Enquanto que duas das sepulturas apresentam morfologia semelhante às anteriores, já a situada no extremo Sul do conjunto tem formato antropomórfico.
Segundo o Padre Arlindo Cunha, neste local teria existido uma capela dedicada a Sta. Maria Maior, da qual terão sido os vestígios removidos do local, eventualmente para a construção da residência paroquial e actual igreja.

Materiais associados: Prospecção na área circundante revelou bastante telha caleiro, grossa (2,5 cm) com desengordurante arenoso, de calibre irregular, e cozedura algo deficiente. Foram ainda encontrados alguns fragmentos de cerâmica comum romana.